quinta-feira, 15 de abril de 2010

Despertar

As sombras refletem o brilho ensurdecedor das labaredas acinzentadas;
A cor reflete a luz das almas alvas, torrentes sórdidas de erupção medíocre;
Que destino por entre as luzes coloridas há de emergir nas sombras?
Quão vã se faz a claridade frente ao eco retrocedente de outrem?
Na dança torpe dos desfiladeiros, a lembrança é o iminente sopro de libertação;
Ferindo quanto ao consciente, e acalentando quanto ao coração.

Cumpri-se nela asas de ventos vis;
Nefastos agouros de chamas azuis;
Nascentes cálidas de horizonte em plumas-vinil;
Pênsil alma das cinzas leves, formas, limites;
Censuras breves no retrocesso do âmago;
Sinais dirigentes da ilusão aquietar;

No planar do desejo grito manifesto;
Sentidos grafam correntes metafóricas de saber;
Conhecimento indissoluto no eterno inexiste;
Sinestesia lunática de doentes jazidos sem fim;

Na busca insaciável da gótica repressão científica;
No ponteiro afiado das tiras do amanhã,
A expressão infundada na andrógina sensação do eu;
Expansão lúdica da sinceridade incompreensível;
O verbo incoerente do sentimento não descrito;
A cálida turgidez do cinético libertário;

Inconstante ritmo deambulando;
Vácuos gravitacionais impelem rubores cênicos desmebrados;
Gotas de esfinges impenetráveis relutam humanidade sóbria;
Mentes ancoradas no translúcido dom proferem vibrações de realeza;
Premunias esquadras, puerícias roubadas, silêncio solidão.

Um comentário:

  1. A claridade nos possibilita o quê? Ver as sombras projetadas. Como é escuro ser tão lúcido.

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