sexta-feira, 30 de abril de 2010

Mundoxidação

Sinapse-química
Sinapse-química
Neurônio-fatigado
Cansaço-esgotado
Sinapse-química-neurônio-fatigado-cansado;
Sinapse-química
química:
.
.
.
Uma luz.
Um respiro.
Fumaça, sinapse, química, luz, fatigado, fadigado, castigado... DOR!
Química, bioquímica, neuroquímica, carbono, etileno, metileno, benzeno, ressonância, magnética, eletrônica, potencial de membrana... Potencial de mim, de química, bem-quimia, alquimia, quem... quem... quem me guia?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Casa de lodaçal

Sobre o céu estrelado de luzes refringentes;
Velozes signos de sinais semióticos impulsionam o bem da ilusão;
Falsas cicatrizes infiltram a inacessível claridade da insatisfação;
Neologismos escondem devaneios zodiacais que estruturam o ritmo do conhecimento esquecido;
As faces escurecem-se no equilíbrio difuso do frio retilíneo dilacerante;
Seqüências desestabilizam os sons das carreiras flutuantes amortecidas na dor do pensamento:
Quanta carência? Quando custa a ocorrência?
O preço da fuga fortalece o centésimo do segundo sarcasmo orgástico da projeção circundante da indecisão.

domingo, 25 de abril de 2010

Sonho juvenil

Nasce a semente de outono seca, garrida de enfadonhos milagres;
Da árvore cai ao solo o ventre viçoso da mãe hostil;
Berço de cerdas rijas, Gaia negra do ventrículo sovar;

Da terra úmida se exala o lis;
Bebe-se indecoroso o canto de soba;
Sobrais de fogácias que a alma pode curar;
Cerimônia do medo, desejo ambicionar;

Por breve vocábulo o hino liberta;
Ente disperso sei não se virá;
Pestilento ao devaneio tenta alcançar;
Torna rebanho de um novo pulsar.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Angústia

Estive a pensar ... o que a ausência de ocupação poderia ocasionar em um homem?...Isto me condenou a refletir sobre o que realmente preenche o ser humano. Consegui responder, mas não tive a desponjada audácia de assumir a solução, quando me adverti que sou homem e ainda preciso sobreviver...

domingo, 18 de abril de 2010

O Cárcere escarlate

Em castas linhas retumbantes na aurora escondida nos confins;
Uma púrpura fragmentação de desejos consola a alma robusta dos negros olhos senis;
Verdes sombras d’água insinuam gestos servis de gentileza para sementes de evolução;
Silhuetas de espuma permeiam na corrente devassa do mar de outono, brilhando sob o reflexo espelhado da prata constelar;
Uma frialdade arrebatadora da festa das almas devorando solstícios;
Quadrantes vazios guarnecidos por mentes;
Pensamentos simbólicos impulsionados por fímbrias;
Um sopro ondulante de vermelho taciturno mancha a alvorada na prisão da sentença fria;
Turbilhão de esferas oclusas obscenas na imensidade do azul infinito,
Arbórea seda sobre a ventania quente a ecoar;
Limpeza profana da venerável complexidade relativa;
Sonho singelo de rubis mascarados na coletividade repulsiva;
Antítese sagaz da uniformidade desconexa.

sábado, 17 de abril de 2010

Desejo

Revelo a direção com quinhões de personagens. O todo é quem rege. E assim, abrando mil vozes que ecoam em meu ser. O ínfimo será escopo de minha atenção. Ao grandioso jamais desfilarei. Quero tudo, mas apetece-me o menor, o invisível da medíocre regularidade, a unidade de formação. Quero fracionar, digerir, dignamente minimizar e formar inexistências que despertem em mim emoções jamais sentidas. Quero a vida, conhecer de tudo, ouvir as pessoas, transformar mundos e colher conseqüências. Desejo o infinito, não satisfaço meu gosto, mas respeitarei aquelas mil vozes que vociferam por expressão.

Consolo do solo

As nuvens dançam formas de passado;
Produzem lágrimas estreitas de existência;
Unem-se: elo perdido; halo de encontro;
Enxugam a dor azul do coração sem luz;
Dance, cante a luz;
Ali, como andas?
Seresta sentir, estrela do mar;

Passado sem fim; não quero ficar;
Presente não sei; eu volto a brilhar;
Luz, sempre espio a luz;
Tão seu, tanto de nós;
Na flor de lis o som do céu;
Dança divina; anjo do fel;

Reflete, refrange ao tom;
Gota de mar; lágrima de luar;
Mentir? Não! Sentir; sempre fingir;
Gosto de pó, taciturno, mediúnico;
Invento a palavra;
Decorro o soneto;
Na paz do calor; na voz do aconchego;

Permito o som;
Ei de comprar, enganar, amar;
Estrada do meio, dúvida do anseio;
Se ao menos tão pouco fosse tanto;
Tanto... Tanto...
Serenata sem fim;
Nostalgia ouvir; vim ou vir;
Demônio da alma; luz da estrada.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Despertar

As sombras refletem o brilho ensurdecedor das labaredas acinzentadas;
A cor reflete a luz das almas alvas, torrentes sórdidas de erupção medíocre;
Que destino por entre as luzes coloridas há de emergir nas sombras?
Quão vã se faz a claridade frente ao eco retrocedente de outrem?
Na dança torpe dos desfiladeiros, a lembrança é o iminente sopro de libertação;
Ferindo quanto ao consciente, e acalentando quanto ao coração.

Cumpri-se nela asas de ventos vis;
Nefastos agouros de chamas azuis;
Nascentes cálidas de horizonte em plumas-vinil;
Pênsil alma das cinzas leves, formas, limites;
Censuras breves no retrocesso do âmago;
Sinais dirigentes da ilusão aquietar;

No planar do desejo grito manifesto;
Sentidos grafam correntes metafóricas de saber;
Conhecimento indissoluto no eterno inexiste;
Sinestesia lunática de doentes jazidos sem fim;

Na busca insaciável da gótica repressão científica;
No ponteiro afiado das tiras do amanhã,
A expressão infundada na andrógina sensação do eu;
Expansão lúdica da sinceridade incompreensível;
O verbo incoerente do sentimento não descrito;
A cálida turgidez do cinético libertário;

Inconstante ritmo deambulando;
Vácuos gravitacionais impelem rubores cênicos desmebrados;
Gotas de esfinges impenetráveis relutam humanidade sóbria;
Mentes ancoradas no translúcido dom proferem vibrações de realeza;
Premunias esquadras, puerícias roubadas, silêncio solidão.

Águas de origem

Enquanto a reação flui, o coração repousa sob árduos espinhos de desejos. O tempo transcorre como a areia suja da ampulheta enferrujada trazida pelo mar. Os sonhos entrelaçam-se como serpentes ávidas por sua própria carne. A certeza pela dúvida asperge o sopro de esperança pelo amanhã. Quando ao ápice refúgio os sinos tocam, a afluente dor do segundo navalha os epifânios devaneios mentais. Os reflexos que pretendem ao início singelo concebem complexos ornatos limitantes de prosa, muito porque da honra a quem é meta, extintos sensíveis ao fim. Verossímeis invasões disparam em direção oposta ao curso despido de fatos. O leito das águas infiltra distorcido no pulsar dos sentidos. Quanta vazão revolvida em impetuoso mistério viver. Quanta solidão no elemento descrito que rege a memorar. No prelúdio palco das ficções, as pilhérias são tiras a ressonar no infinito vazio do padecer.

Incompassivo Furto

Queria apenas que minha voz fosse levada para o fundo do mar, para as mais longínquas profundezas do oceano, diluindo assim a inquietude dos sons que vibram em meu coração.

Desejo ao menos, que os peixes fisgados pelas redes da atrocidade humana pudessem sentir em sua dor de morte, que o amor do homem é sentimento tão vulgar, que o alimento que lhe serve é apenas busca para preencher o vazio de sua alma perdida.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Falanges em guerra

 
Sob cálidas tropas em tortuosos íngremes solos;
O reflexo da força dissipa dores que outrora tornaste vida;
Registros de sonoras sombras vermelhas rebuscam passeios sombrios de sentinelas em coro;
Suspiros suspensos de carpos doloridos chancelam marcas de imutáveis viagens sem fim;

Percurso insólito da moral de rebanho a tornar-se sangue;
Passos que sem peça, pernas que sem passos;
 Simples pinça do alcançar o caminho, sintomas;
Pés que entremeiam, pés que ancoram;

Erosão de rochas em silício por fim refletir Aquilis;
Memória trépida do rubro amanhecer marcado em tons de areia;
Armadilha que escora, devora voraz o juízo que se vê, que se é;
Planta que como o pé, sangue que toma o mantra;


Península bípede em meridianos dedos a percorrer;
No efeito primitivo do universo a resplandecer;
Doce motim de falanges repousam no amanhecer;
Triste esferas de vidro rebuscam sem pertencer.